Em 2003, a OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio e o amarelo a cor escolhida para representar este sentimento. Setembro Amarelo é uma campanha realizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) que tem como objetivo incentivar o diálogo sobre o suicídio para a sociedade. No Brasil, cerca de 12 mil casos de suicídio acontecem por ano. No mundo, esse número passa de um milhão. Essa triste realidade se dá, principalmente, entre os jovens entre jovens de 15 a 24 anos e a depressão é um dos motivos.
O aumento do suicídio entre os jovens é um fenômeno mundial que, nos últimos anos, vem causando crescente preocupação também no Brasil. O problema é complexo e não pode ser compreendido ou explicado por um só fator. Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Padre Lício de Araujo Vale, Membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio ressalta a necessidade de combater esse problema social.
“O fenômeno do suicídio apareceu muito cedo em minha vida. Eu sou filho de um suicida. Meu pai tirou a vida dele quando eu tinha 13 anos de idade e isso teve repercussões muito grandes na minha vida pessoal e foram trinta anos de psicanálise para elaborar o estrago emocional que o suicídio de meu pai provocou em mim. O suicídio é uma epidemia silenciosa e silenciada. 40 pessoas se matam por dia no Brasil e isso é alarmante. E para que possa ter uma ideia disso são ônibus lotados que caem numa ribanceira e morre todos. 800 mil pessoas se matam no mundo por ano, e porque não se falam do assunto? Não gostamos de falar de morte e falar de suicídio é falar de morte. As famílias não falam porque falar de suicídio e sangrar a ferida da dor da perda de um ente querido”, reflete.
Padre Lìcio Vale adverte que acolher a dor de quem sofre, sem julgar nem condenar, e encaminhar a pessoa a um serviço ou profissional de saúde mental, são atitudes bem concretas que podem salvar vidas. “É preciso agir! Um dos aspectos importantes da Campanha do Setembro Amarelo é trazer informação sobre fatores de risco para suicídio. A depressão é um deles. É importante saber a diferença entre depressão e tristeza. Suicídio: é importante conhecer para acolher, e prevenir.
“Nós precisamos falar deste assunto e tirar o suicídio desta caixinha de assuntos tabus. Segundo a Organização Mundial de Saúde de cada 10 suicídios 99 podem ser prevenidos e hoje se fala de prevenção de suicídio e só pode fazer a prevenção com informação qualificada e sem informação a gente não faz prevenção de nada. No suicídio quanto mais tivermos acesso a informação mais podemos colaborar com a prevenção do suicídio e por isso e fundamental conhecer o assunto e falar em todos os lugares. Nas famílias, escolas, locais de trabalho, nas empresas”, destaca padre Lício.
Por Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Comentários